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domingo, 25 de junho de 2006

Um comentário demasiado grande para ser um comentário é um... post ;)

Querida Inês, citando a tua própria frase, “ainda bem que temos opiniões diferentes e somos amigos assim”.

Depois de (conseguir) ler o teu comentário, a ideia mais forte com que fiquei foi: De certeza que não leste o que escrevi! Ou então leste mas preferiste ignorar a maioria das palavras e manter apenas a ideia que tens do que achas sobre a minha opinião.

Provavelmente, se tivesses lido o que escrevi, tinhas reparado logo no início que eu fiz questão de “avisar os mais fanáticos e religiosos que este post vai, provavelmente ser polémico e (…) só lêem se quiserem”. Agora que penso nisto, se calhar ficaste mesmo por aqui e não leste mais nada. Se o tivesses feito ter-te-ias cruzado com uma outra frase em que digo que “Compreendo perfeitamente que haja uma necessidade de se socorrer ou apoiar em algo externo a nós”. Mas mesmo que esta frase se tenha escondido aquando da tua leitura, terá sido mais complicado que o mesmo tenha acontecido com dois parágrafos inteiros, que passo a transcrever:
“Até posso compreender o culto de um ser, supostamente, superior seja ele chamado de Deus, Alah, Jah, Buda ou Dalai Lama. O que não posso compreender é (a dedicação a) uma instituição cheia de hipocrisia e cinismo, como a Igreja Cristã.
Ainda mais uma pequena ressalva, respeito quem merece o meu respeito, sejam quais forem as suas crenças, assim como espero que todos respeitem os outros, sejam eles crentes, agnósticos ou ateus.”

Já agora, e antes de continuar, aproveito para esclarecer alguns conceitos que, por vezes, suscitam dúvidas. Assim, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia de Ciências de Lisboa e por ordem alfabética:
Agnosticismo: 1. Doutrina filosófica, ligada, por vezes, a outras correntes e segundo a qual é impossível conhecer o absoluto, o que existe para além do que pode ser experimentado, demonstrado. 2. Sistema religioso que, embora admita a existência de Deus, nega à compreensão humana a capacidade para conhecer a sua natureza ou os seus atributos.
Ateísmo: 1. Conjunto de princípios doutrinários de quem não aceita a existência da qualquer divindade; qualidade de quem é ateu. 2. Descrença, descrédito em alguém ou alguma coisa.
Crente: 1. Pessoa que crê, que está convicto de alguma coisa. 2. Pessoa que tem fé religiosa, que segue uma religião, qualquer que ela seja.
Religião: 1. Crença na existência de um poder superior, do qual o homem depende. 2. Sistema estruturado de doutrinas, crenças, regras e práticas de uma determinada comunidade de pessoas que instituem um determinado tipo de relação com um poder superior. 3. Culto prestado à divindade. 4. Observância, acatamento dos princípios e preceitos religiosos. 5. Condição das pessoas que fizeram o voto de seguir a regra de uma ordem religiosa.

Respondendo mais directamente ao que escreveste (embora o comentário fosse num ou outro ponto um pouco abstruso), quando falei da quantidade de ouro exibido pela Igreja Cristã, não me estava apenas a referir a igrejas antigas. Essas demonstrações de riqueza e poder continuam nos dias de hoje, por exemplo, nos paramentos que qualquer padre, capelão ou bispo usa. Se utilizares a pesquisa de imagens do Google por “bento xvi” vais reparar que, por exemplo, de entre as primeiras cinco imagens, do resultado da pesquisa, a única em que não está coberto por dourados, este tem bem visível uma cruz de ouro ao pescoço, com um tamanho considerável.

Dizes a certa altura “ninguém te aliciou (…) para direccionares os teus valores em sentido contrário ao que pensas”.
Será que não?! Felizmente não fui baptizado, enquanto não tinha idade para saber o que isso era. O meu baptismo, ou não, foi opção minha, embora nem todos tenham esse privilégio. A criança ainda nem falar sabe mas já a vincularam a algo com o qual, quando começar a pensar por si, pode não concordar (se chegar a pensar por si).

No entanto, mesmo tendo tido esse privilégio, isso não impediu que tivesse, em todas as aulas do meu ensino primário, a imagem de J. Cristo à minha frente, por cima do quadro preto. Isto num país em onde “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.” (CRP, Artigo 13º, número 2), num país onde “A liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável.” e onde “As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado e são livres na sua organização e no exercício das suas funções e do culto.” (CRP, Artigo 41º, números 1 e 2).

Neste estado laico supra-citado, temos um bispo das Força Armadas, temos cerimónias militares com bênçãos por parte de um capelão ou pelo bispo das FA, um estado laico onde existem, dentro do seio militar, missas católicas (onde, por vezes, a presença é obrigatória).

Não duvides do meu respeito. Com já disse, respeito quem o merece, independentemente das suas crenças. As religiões têm bastantes valores que considero bons e correctos e, para além disso, uma pessoa não deve, nem pode, ser julgada, discriminada ou simplesmente ser considerada uma má pessoa apenas por acreditar, ou não, num determinado Deus.

Tenho pena que aches mesmo que eu não saiba conviver com pessoas diferentes sem apontar o dedo. Ao que te pergunto se tu o consegues fazer sem qualquer tipo de problema. Nunca tiveste tendência a discriminar alguém ou apontar o dedo? Mais que isso, tenho bem presentes os meus ideais. E em relação a esse tal conflito que não me deixa “respirar”, ainda vais ter de me elucidar. Quiçá eu preciso urgentemente de um psicólogo ou psiquiatra e ainda não me dei conta.

Só para terminar, o teu comentário não me pareceu de uma pessoa lá muito flexível. Portanto, deixa-me dar-te um conselho que por vezes me é útil. Quando estiveres numa discussão sobre dois pontos de vista opostos, antes de tentares convencer a outra pessoa a mudar de opinião ou defenderes a tua de forma intransigente, pára e tenta perceber o lado contrário. Se a outra pessoa tem opinião divergente da tua, muito provavelmente é por um motivo, se o conseguires perceber vai ser muito mais fácil. Enquanto te limitares a negar a opinião contrária vai ser muito complicado. Já agora, quando parares aproveita e olha para ti também, será que os teus actos correspondem ao que defendes? Neste caso específico, defendendo tanto a igreja, será que já confessaste TODOS os teus pecados? Ou há coisas que o padre não precisa saber?

Ia-me esquecendo, espero que não leves à letra o que escreveste e que voltes a comentar, todos os comentários são bem vindos e válidos! Em relação ao que respondeste ao tal cavaleiro, deixa-me só dizer-te que nem sempre as maiorias têm razão, nem a mudança é necessariamente uma coisa má.

Farewell


PS: post em resposta a um comentário a um post anterior (cliquem no titulo deste post para acederem, o comentario em causa, Inês dia 24 de Junho de 2006 às 19:39)

sexta-feira, 16 de junho de 2006

TORNADOS: Tão poderosos como o vento que os eleva

Acabada a parte académica do curso, findos 4 anos de aulas na Academia da Força Aérea é agora tempo de tirocinar, na América ou em Beja... só o tempo o dirá.

Vejam o link, cliquem no título deste post para irem até ao post no blog do Tornados.

Bom fim-de-semana

quinta-feira, 15 de junho de 2006

Quatro portuguesas morrem nos EUA



"Incêndio em Fall River faz ainda 15 feridos



O incêndio que matou quatro portuguesas quarta-feira à noite nos Estados Unidos deflagrou no prédio que alberga a sede do clube português St. John Holy Ghost Association, em Fall River, Massachusetts, onde decorriam os preparativos para festa do Espírito Santo marcada para o fim-de-semana. O fogo fez ainda 15 feridos. Na origem do acidente estará a queda de uma vela que alastrou as chamas."

Foi esta uma das notícias que hoje foram apresentadas ao mundo pela SIC e tenho de manifestar os pensamentos que me vieram à cabeça enquanto assistia ao noticiário.

Antes de continuar queria só fazer duas ressalvas, a primeira apresentar as minhas condolências aos familiares das vítimas, não tendo qualquer relação com elas, perder um familiar é sempre doloroso e complicado; a segunda avisar os mais fanáticos e religiosos que este post vai, provavelmente, ser polémico e, como tal e já que estão avisados, só lêm se quiserem.


Às primeiras palavras que o pivot da SIC proferiu não liguei muito à notícia, mas depois algo me chamou à atenção. E passo a citar a notícia, conforme está no site da SIC (à qual podem ter acesso clicando no título deste post), "As vítimas mortais, todas mulheres, (...) Preparavam um serviço religioso especial, para o próximo fim-de-semana, em honra do Espírito Santo, muito venerado nos Açores, de onde as vítimas eram originárias.", "Tudo terá começado devido à queda de uma vela.", "(...) pegou inadvertidamente fogo a um altar decorado com papel."

A notícia é extensa e está carregada de tragédia com algumas citações de testemunhas e pessoas que estiveram envolvidas, uma delas diz "O que torna isto uma tragédia incrível é que estas famílias muito trabalhadoras de Fall River estavam reunidas para celebrar as suas vidas, a sua cultura, o seu espírito, a sua fé".

E é exactamente neste ponto que quero pegar, estavam todas reunidas para celebrar as suas vidas, a sua cultura, a sua fé. E, se não me engano, é de uma fé religiosa que estamos a falar, na qual se adora um deus e os seus santos e santas. Um deus que rege as nossas acções, que escolhe os nossos passos, pois caso contrário não haveria sitios comuns como "se Deus quiser", "graças a Deus" e afins. Quantas vezes, quando uma pessoa morre se diz que assim aconteceu "por vontade do Senhor".

Ora, isto quer dizer que os acontecimentos são por vontade de Deus, suponho eu. E quando estes acontecem, as famílias choram e perguntam porquê. Será que ninguém se pergunta onde está essa compaixão toda e justiça quando estas coisas acontecem? Afinal não são as pessoas devotas, crentes e practicantes mais merecedoras de uma vida feliz? Será que faz sentido ser devoto a algo que depois falha e nos coloca em situações difíceis? Depois diz-se que foi milagre de Deus que o indivíduo X ou Y tenha sobrevivido ou tenha saído de coma, etc. Mas... onde estava Deus quando aconteceu o acidente? Quando a pessoa ficou mal, onde estava Deus? Normalmente o todo poderoso é bom, mas será que ninguem o questiona quando acontecem as coisas más?

Compreendo perfeitamente que haja uma necessidade de se socorrer ou apoiar em algo externo a nós, o ser humano sempre teve essa necessidade, de venerar o desconhecido. Mas quando há provas de que nem tudo é como se apregoa, quando na base de uma devoção ou religião está uma igreja que apoia, supostamente os fracos e oprimidos, mas que vive com condições de reis, não me parece que haja grande equilíbrio. Não era JC uma pessoa simples e humilde e no entanto uma das maiores referências da Igreja? Então qual a necessidade de ter todas as capelas, igrejas e imagens dos santos e companhia como que forrados a ouro? Para quê tanta riqueza e magnificiencia na igreja, se esta representa o povo?

Até posso compreender o culto de um ser, supostamente, superior seja ele chamado de Deus, Alah, Jah, Buda ou Dalai Lama. O que não posso compreender é (a dedicação a) uma instituição cheia de hipócrisia e cinismo, como a Igreja Cristã.

Ainda mais uma pequena ressalva, respeito quem merece o meu respeito, sejam quais forem as suas crenças, assim como espero que todos respeitem os outros, sejam eles crentes, agnósticos ou ateus.

Deixem-me só deixar uma última mensagem, "Por Um Mundo Melhor":

Post Scriptum

Só para esclarecer o que se passou nos últimos posts:
  • "Abro o caderno..."
  • "[no title]"
  • "Devaneio"

  • Isto tudo surgiu porque há uns tempos me lembrei, não sei porquê, de ir desenterrar livros e cadernos do secundário. Depois perdi algum tempo a folhear os cadernos, fartei-me de rir com as coisas que lá encontrei. A grande maioria não posso passar aqui para o blog, por motivos éticos e morais.

    inté..
    Abro o caderno...
    Depois de bastante procurar, uma folha em branco
    Achei-a, finalmente vou poder fazer o que todos fazem.
    Vou poder manchá-la, vou poder inundá-la de tinta
    Tinta imunda criada pelos reles mortais
    Que a esam para fazer coisas tão banais
    Como uns rabiscos numa folha branca
    Destroem-lhe a pureza, tiram-lhe a beleza
    Nunca mais ela será a mesma...
    Cada vez fica mais suja, não escrevo mais
    Fecho o caderno, vou deixá-la em paz...

    DMBento (6 folhas depois, no mesmo caderno do post anterior)

    [no title]

    De gestos à toa saem palavras à toa
    Entoam na minha cabeça
    Mesmo que não, mesmo que não mereça
    Que se há-de fazer, haverá solução?
    Ela pode estar estar longe, ou na palma da mão

    Distante ou perto, bem à vista ou no meio do Deserto
    Cada grão de areia é uma batalha por ti
    Falta-me a experiência, eu 'inda agora nasci
    O meu destino é viver estrangulado
    Mas tem de haver maneira de mudar o Fado


    Dois passos em frente precisam de um p'a trás
    Mas tenho de consguir, será que sou capaz?
    A tua luz faz-me brilhar com esperança
    A tua paixão representa uma lembrança
    De ti...

    Tudo o que foi, vai voltar a ser
    Tudo o que passou vai acontecer

    Outra vez... outra vez...

    Andando p'rá frente e para trás
    Tudo vai acontecer, tem de acontecer

    Outra vez... outra vez...


    O tempo é eterno, eterno em cada dia
    E toda a esperança não pode ser só fantasia
    Todos os anos, são iguais, todos os anos são vitais
    Sã0 365 melodias em que me deixo morrer no lento morrer dos dias...

    De gestos à toa saem palavras à toa
    Algumas representam a verdade, mesmo que doa
    O prazer de olhar o teu rosto é divino
    Sempre te procurei, desde pequenino.
    Sempre o fui... e ainda sou menino


    Dois passos à frente precisam de um p'ra trás
    Mas vou conseguir, sei que sou capaz
    A tua luz faz-me brilhar com esperança
    A tua paixão represnta uma lembrança
    De ti...

    Tudo o que foi, vai voltar a ser
    Tudo o que passou vai acontecer

    Outra vez... outra vez...

    Andando p'rá frente e para trás
    Tudo vai acontecer, tem de acontecer

    Outra vez... outra vez...


    DMBento (ainda no 12º mas provavelmente já em 2002)

    Devaneio

    Diz que amas
    Nesse profundo olhar
    Em que me chamas
    Com intenção de amar

    Diz que me amas
    E qu me adoras também
    Quando me pões em chamas
    E me levas para o além

    Deixa-te de rodeios
    E diz-me os teus sentimentos
    Quando me perco nos teus seios
    E em todos os momentos

    Deixa-te de rodeios
    Sabes que sou teu amigo
    Conta-me os teus receios
    Que eu livro-te do perigo

    Dá-me o teu prazer
    Quero-te ver sorrir
    Deixa-me viver
    Da morte quero fugir

    Dá-me o teu prazer
    Junta-me ao teu meio
    Deixa-me morrer
    Mas neste puro devaneio

    DMBento (algures no 12º ano, em 2001 provavelmente)

    segunda-feira, 12 de junho de 2006

    o amor de uma amizade


    Nem sei o que dizer de ti TP..
    Contigo passei uma semana, com aquelas que foram das melhores noites da minha vida. Ao teu lado cresci, chorei, amei, vivi...
    Estás sempre tão longe e no entanto, mesmo se passarmos meses sem falar, continuas sempre presente, perto, junto a mim.
    O teu sorriso e olhar, a tua face, são aquilo que mais transparente pode haver.. e embora, não conseguindo fazê-lo na sua totalidade, dão uma bela amostra da beleza que carregas contigo.
    Facilmente deixas rapazes a pensar em ti e tens sempre aquela bela tendência para te apaixonares por situações e/ou relações difíceis. Ainda que não sejamos irmãos de sangue, até nisso somos parecidos.
    És a rapariga que mais AMO! Já o és desde há mto, e continuarás a ser, a minha mana...

    @JoKa5@

    Porquê's...

    Já alguma vez deste por ti, depois de passar a idade dos porquês (ou nao), a pensar em questões quase existenciais e às quais não encontraste resposta?

    Questões do tipo:
    O que são os soluços?
    Porque as unhas das mãos crescem mais depressa que as dos pés?
    Quantos cabelos temos?
    Porque é que em algumas fotografias ficamos com os olhos vermelhos?
    Como são os sonhos de um cego?
    Porque é que os queijos suíços têm buracos?
    Porque é que descascar cebolas nos faz chorar?
    Porque é que as pipocas rebentam?
    Porque é que os pneus são pretos?
    Porque é que os botões dos homens e das mulheres apertam para lados diferentes?
    Porque é que o céu é azul?
    Porque é que o croissant tem a forma de meia-lua?
    De onde vem o som de um trovão?

    Podes encontrar a resposta a todas estas questões em http://vlgmc.blogspot.com/2006/05/curiosidades.html

    fiquem bem