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terça-feira, 24 de outubro de 2006

O poder das palavras...

é algo que consegue fugir do nosso alcance com demasiada facilidade.

Por vezes, sem nos darmos conta as nossas palavras são ouvidas (ou lidas) de uma forma e com um significado completamente diferente daquele com que as proferimos. O perigo quando isso ocorre é eminente, sendo raramente o efeito produzido algo de bom e produtivo.

Mas não é só quando as palavras são mal interpretadas. Muitas vezes o problema não é o que se diz, mas como se diz. Ou talvez pior, quando se diz! Uma frase que poderia ser bem interpretada ou levada com alguma facilidade, mesmo sendo uma coisa que custasse a "ouvir", ao ser dita numa má altura pode fazer cair qualquer pessoa.

As palavras "tens a capacidade de me tirar pachorra" não seriam fáceis de ouvir a ninguém, ainda para mais se forem ditas quando não haja contacto visual entre os dois intervenientes. Mais será complicado se houver dúvidas em relação ao afecto que a pessoa que o diz tem para com a outra.

Provavelmente o primeiro sentimento que ocorre ao sermos deparados com este tipo de palavras será desapontamento e frustração mas, voltando ao início, as palavras têm um poder demasiado grande. Por vezes um poder que não queríamos que tivessem.

Cada um tem necessidade de ter o seu espaço, a sua liberdade. Já ouvi dizer "por aí" que os amigos são como a sabedoria, não ocupam lugar. (pronto, até posso não ter ouvido, mas acho que soa bem) No entanto, há momentos em que isso não se verifica. Há aqueles momentos em que preferimos estar sós, ou mesmo apenas ter a presença do amigo por perto. Apenas a presença...

Quem nunca passou por um episódio de perguntas consecutivas ou algo do género? Abraços em excesso, toques em excesso, coisas deste tipo. Episódios que terminam com uma vontade enorme que a pessoa pare de fazer perguntas ou se afaste, deixando-nos em "paz", na nossa paz.

Mas agora uma outra pergunta, será que pensar ou dizer isso faz com que não gostemos das pessoas em questão? Não me parece, aliás... tenho a certeza que não. O facto de deixarmos o pensamento e o transformarmos em voz ou texto pode ser muito complicado para quem recebe essa mensagem, mesmo que não seja dito na altura. De qualquer maneira o tipo de episódio que referi atrás consegue arruinar a paciência de qualquer um.

Bem, o que queria dizer com isto tudo era que mesmo dizendo "tens a capacidade de me tirar pachorra", pode-se gostar da pessoa a quem se diz isso, podemos tê-la muito em conta e sermos amigos dela. Mais, sendo uma coisa que não é fácil de se receber, também não fácil de se dizer. Como tal acho que para se dizer isso a alguém é preciso ter um certo nível de confiança...
e esperar que a outra pessoa não leve a mal o que foi dito, apenas entenda, sabendo e tendo noção que quem diz isso pode gostar muito dela . . .

Reticências...: O poder das palavras...

4 comentários:

Anónimo disse...

Arriscando-me a meter o bedelho onde não sou chamada, Dioguito (e Verita, claro!):

1º- As palavras têm o peso que lhes quisermos atribuir;
2º- Todas as relações têm momentos de tensão, de conflito, de incompreensão. São provações que acabam com as relações efémeras e fortalecem as verdadeiras;
2º- Amar alguém (irmão, pai, amigo, amante…) implica, entre muitas outras coisas, dar-lhe espaço quando essa pessoa precisa, perceber as suas "explosões", relativizar e, acima de tudo, desculpar e/ou pedir desculpa;
3º- Não dramatizem! Como diz o Sérgio Godinho: "é que hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa
no mundo não há" (e, já agora, vejam o resto de "Com um brilhozinho nos olhos"...) :-)

Bjokas

Anónimo disse...

Acho que o primeiro e segundo parágrafo do teu post conseguem resumir de uma forma geral o que normalmente acontece no dia a dia de cada um de nós....na realidade o poder das palavras é imenso..e às vezes foge ao nosso controlo...proferimos frases..dizemos palavras em dets momentos..que podem nao ser as mais acertadas...palavras no calor do momento..influenciadas por inumeros factores.....na realidade as palavras têm um poder demasiado grande...neste mundo em que deveria existir uma maior compensação de gestos...esses sim com enorme valor...cada vez mais raros....cada vez mais subtis....Nao serei a pessoa mais acertada para dar a minha opinião em relação ao que escreveste..porque na realidade sou movida por emoções..que muitas vezes me fazem dizer coisas com a velocidade e o poder de uma tempestade.....que podem devastar ou nem tanto assim....mas sei que cada vez mais as palavras no meu mundo....no mundo da Cláudia....vao adquirindo o seu significado..nao mais nem menos do que aquele significado que na realidade têm....passando os gestos a atigirem a supremacia na minha vida e daqueles que fazem parte do meu mundo.....
desculpa a ousadia...bjos

Anónimo disse...

Um abraço para ti...;) BeijoS*

Anónimo disse...

As palavras nunca reflectem realmente o que desejamos mas, quando assim é e se magoa uma pessoa por quem se tem carinho, existe uma palavra ou jestos que podem fazer com que a ferida sare.
Por certo já o fizeste e agora cabe á outra pessoa valorizar o teu jesto, a tua amizade e te perdoar.

Ás vezes um mal entendido pode afastar duas pessoas, mas sei que não és pessoa para isso e não tens medo de admitir quando algo está mal.

bj